Você já parou pra pensar como aconteceu a mudança do lobo, selvagem, feroz, e errante até o cão domesticado, dócil e amoroso que conhecemos hoje? A natureza trabalhou cerca de 100.000 anos para tal proeza. Vários milênios se passaram desde os primeiros animais utilizados apenas como instrumentos de trabalho em suas tarefas diárias até que passassem a representar e participar do lazer da nossa espécie. O homem tem-se envolvido gradativamente no dia a dia do seu cão, procurando selecioná-lo melhor, educá-lo, treiná-lo e alimentá-lo da melhor forma possível, não mais para que sobreviva, mas sim, simplesmente, para que, ao partilhar seu bem estar com o homem, possa viver melhor. A domesticação do lobo se iniciou sem dúvida no oriente, mas não em um só lugar. Como em toda a domesticação, o processo de familiarização do lobo se fez acompanhar de várias modificações morfológicas e comportamentais em função da evolução. E foram os próprios lobos em busca de alimento fácil sem necessidade de caça que iniciaram a aproximação entre as espécies. Em busca da segurança e do conforto alimentar essa inteligente espécie “deixou-se” domesticar pela mão humana e após inúmeras gerações de seleção transformou-se no que é hoje. Sabe-se que desde a antiguidade romana os cães eram classificados segundo suas aptidões. Distinguiam-se, então, os cães pastores, os cães de caça e os cães do lar. De lá pra cá muitas raças surgiram e outras desapareceram. Hoje a organizações internacionais de cinofilia (Kennel Club) reconhecem dez grupos e várias subdivisões. Falaremos sobre elas na próxima edição.